Dublin mistura tradição, modernidade e cultura entre pubs e castelos

Uma frase famosa do escritor irlandês James Joyce diz que um bom desafio seria cruzar Dublin sem passar por nenhum pub. E não é por acaso: são cerca de mil espalhados pela cidade, um para cada mil habitantes. Ainda mais difícil é visitar a capital da Irlanda sem entrar em um. Seria como ir a Paris e não passar pela torre Eiffel.


Foto: Getty images.

Mas reduzir uma cidade com história e cultura tão ricas como Dublin a seus bares seria uma grande injustiça. Registros apontam a presença humana na ilha da Irlanda desde 8.000 a.C., mas foi a chegada dos celtas, durante a chamada idade do ferro (5.000 a.C.), que moldou de vez a cultura irlandesa, o que pode ser notado principalmente na música típica e na língua - o gaélico, ainda utilizado no país juntamente com o inglês.

O primeiro registro de Dublin, porém, data do século 8, quando os vikings fundaram um assentamento chamado Piscina Negra, ou dubh (negro) e linn (piscina) em gaélico, dando origem ao nome da cidade. A área hoje é conhecida como Wood Quay.
Com o passar dos anos a cidade foi fortificada e ganhou castelos, igrejas e outras edificações medievais, boa parte ainda hoje preservada e aberta para visitação, como o Dublin Castle ou o prédio do correio.

 Nada, entretanto, impediu sucessivas dominações como pelos normandos e ingleses. Somente no século 20 a guerra da independência, seguida por uma guerra civil, levou o país à fundação da República da Irlanda. Essa época sangrenta ainda segue marcada em buracos de bala espalhados nas paredes das construções mais antigas da cidade.

 Hoje Dublin é uma cidade moderna e cosmopolita, principalmente após o boom econômico da década de 90, quando ficou conhecida como o Tigre Celta. Prédios modernos e lojas luxuosas dividem espaço com a arquitetura georgiana, construções históricas e belos parques, com destaque para o Phoenix, o maior parque urbano fechado da Europa.

 Outro fato raro é passear por Dublin sem notar alguma referência a alguns de seus filhos mais pródigos: os escritores. Oscar Wilde, Yeats, Bran Stoker, George Bernard Shaw, Beckett, James Joyce, entre outros, são comumente lembrados em estátuas, museus ou referências de suas vidas, como a casa em que nasceu Oscar Wilde ou o pub frequentado por Joyce. Este último, aliás, ganha destaque por ter traduzido em palavras a vida na cidade. Em 16 de junho acontece o Bloomsday, dia retratado pelo escritor em sua obra prima, Ulysses. O feriado ganhou esse nome em referência a Leopold Bloom, protagonista da história.

 Outra famosa celebração é a de São Patrício, padroeiro da Irlanda, de 14 a 17 de março. A tradicional festa irlandesa que já se espalhou pelo mundo começa com desfiles pela cidade. Ela termina (como tudo em Dublin) nos pubs da cidade, principalmente na área boêmia chamada Temple Bar e sempre regada com muita Guinness, a famosa cerveja escura irlandesa.

 Não é por acaso que a visita à Guinness Storehouse, museu interativo dedicado à cerveja escura que embebeda os irlandeses desde 1759, é a atração turística mais visitada da cidade.


Fonte: Uol Viagens