Quando comecei a falar não parei. Minha mãe
sempre brincava “devo ter dado água de janeiro para ela”. Sempre fui
muito comunicativa, na infância liderava os passeios da turma e formaturas. Na
adolescência aprontava bastante na escola, porém, sempre tirava notas bacanas
(acima da média, talvez o suficiente para passar), era completamente apaixonada
pelas aulas de educação física e praticava todos os esportes possíveis. Uma
pena que nunca teve nada radical. Quando ingressei na faculdade, não tinha
dúvida que queria jornalismo, consegui o primeiro estágio em uma rádio pequena, logo no
primeiro período, no semestre seguinte fui para uma rádio melhor, no terceiro, comecei a trabalhar com site, vídeos e rede social, em outro local; e no
quarto período, ainda no mesmo local, comecei a ganhar bolsa estágio. Antes era
só pelo prazer de praticar o que aprendia na faculdade. Os anos foram passando,
comecei a trabalhar com TV e nunca larguei o que amo fazer, falar com as
pessoas, contar histórias e fazer novos amigos.
Escrevi tudo isso até chegar até aqui porque foi
preciso. Vocês precisavam entender desde o começo. Foi graças ao meu talento
para falar que no ano passado fiz minha última viagem internacional no trabalho
antigo e que aproveitei ao máximo. Sempre fui mais contida nas viagens a
trabalho para não perder o foco e entregar o conteúdo depois do prazo. Sendo
que nessa, em abril do ano passado para Portugal, eu queria viver mais,
aproveitar mais cada lugarzinho, cada momento, como se fosse a última viagem. E
foi. Até o momento. Fiz o meu melhor no trabalho, mas peguei uma praia, visitei
pontos turísticos do local e conheci grandes amigos. Lembro como se fosse hoje
que naquele campeonato mundial de crianças, os pais, atletas e comissão técnica
sempre trocavam camisas com outros clubes. Um “câmbio”. Voltei para casa com um
saldo super positivo: cinco camisas, chaveiros, bonés, entre outras coisas. Isso
não importa para mim, o que mais valeu foi que as amizades que fiz há um ano,
continuam fortes, continuam vivas.
Pelo whatsapp, pelo Facebook, estou sempre me
comunicando e desde essa aventura que tive em Portugal, comecei a ver melhor a
vida. Que não vale só trabalhar, trabalhar e trabalhar. Precisamos também
aproveitar cada segundo e sentir o gosto doce das novas amizades que ganhamos
com essas experiências e que são como grandes conquistas. Afinal, a comunicação
é tudo para mim.